Os dias vindouros vão sendo, não de hoje, montados. Um a um, como o quebra-cabeças da infância. Centenas, talvez milhares de peças que, sozinhas, não fazem muito sentido para quem as vê de longe. Mas quem as manuseia sabe que a cada um lhe cabe um lugar, um encaixe com outra peça. E disso surgem blocos, fileiras, figuras e traços. Até que temos uma paisagem completa, com tudo aquilo que se esperava. Flores, árvores, rios, estradas e trilhas. Algo que já se via na própria caixa, uma prévia do que nos aguarda o futuro, aqui sempre limpo, belo e brilhante.
Ou ainda: uma planta de construção, formada por linhas harmoniosas e ângulos precisos, sem deixar de ser, ao mesmo tempo, inventivos e belos. O retrato de um plano próximo, que por mais bem previsto que seja, sempre nos surpreende, nos arrebata, com cada nova descoberta e cada bom momento, reservado pelas pequenas coisas. Aquelas que sempre valem mais, muito mais do que aparentam.
Talvez os dias futuros sejam uma bela viagem, onde mesmo as passagens mais prosaicas ganham contornos de instantes inesquecíveis. Os minutos especiais ganham uma trilha sonora, e cada conversa, cada beijo e abraço se eternizam de todas as formas possíveis, prontos para se materializarem sempre que invocados. E serem repetidos sempre que a saudade bater mais forte.
Enfim, os próximos dias podem assumir formas mil, cada qual mais especial em sua maneira de ser, mas todas elas trarão sempre a mesma marca de algo que irá se estender, até perder-se de vista.
Na vitrola: Jonh Dahlback - Acid Attac
0 comentários:
Kommentar veröffentlichen