Desabafos.


Sério.
Preciso mudar minha vida.
Olho pra mim e me sinto um vegetal em cima dessa cadeira, vendo o tempo passar
Vendo as pessoas evoluirem...(ou não).
Eu realmente estou cansada.
Da minha falta de perspectiva com o meu futuro.
Ele tá na minha frente.
Mas algo me impede de caminhar.
Eu só quero passar de estágio.
Estou presa nessa maldita fase 1/2/3 dessa merda de vida.
Não consigo derrotar o monstro feio do final do estágio..
E volto

para

o

inicio.

Isto é tão frustante.
Só gostaria de um comando me explicando comofas/
tudo seria mais simples.
Menos
cansaço
Fadiga
Tristeza
e
de
jogar tudo isso que está escondido no meu sub-consciente lá pra China.





Eu só preciso passar de estágio.
E mudar essa porra de vida.






Na vitrola: Ordinary World - Duran Duran.

Resenha: MAIS QUE AMIGOS de Barbara Delinsky


Mais do que vizinhos de porta, os Maxwells e os Popes são duas famílias cujas vidas estão profundamente entrelaçadas: as mulheres foram colegas de quarto na universidade, seus maridos são parceiros no mesmo escritório de advocacia e os filhos cresceram juntos, partilhando férias e feriados. Mas, quando suas vidas são abaladas por uma tragédia que nunca poderá ser apagada ou esquecida, a confiança de uns nos outros e, por que não, em si mesmos é posta em xeque. Michael, de 13 anos, filho dos Maxwells, assiste a mãe e Sam Pope fazendo amor e, ao fugir dessa cena angustiante, é atropelado por um furgão, entrando em coma profundo. Para piorar a culpa da mãe de Michael, o motorista do furgão é Grady Piper, seu namorado de adolescência. "Mais Que Amigos" é uma história que toca todas as pessoas, englobando as paixões universais que a vida tem a oferecer e mostrando que o acaso e a fragilidade são inerentes a nós.
Li este livro por indicação da Lili, Li este livro por indicação da minha professora do SAT, pena que não tinha em ingles. E então embarquei nesta história que me deu deixou extremamente extenuada com a quantidade de emoções que tive durante a sua leitura. É uma história que nos prende do começo ao fim, nos enredando nos dramas das personagens. Estes dramas que estão guardados nos corações dessas personagens, somente vêm à luz, quando Michael encontra sua mãe Teke, transando com Sam, vizinho amigo da família. Em decorrência desse flagrante, Michael é atropelado por Glady, ex-namorado de sua mãe, e entra em coma.

Temos então o início dos dramas que afloram, pois Teke, seu marido J.D., Sam e sua mulher Annie, terão que reavaliar suas amizades, seus casamentos, o amor, a confiança, etc. As estruturas que mantiveram estes dois casais amigos desde a faculdade são abaladas com a traição, e sentimentos como o egoísmo, a intolerância, a mesquinhez, o ciúme, etc. são trazidos a tona de uma forma avalassadora e que não permite serem ignorados.

No meio de tantos sentimentos conflitantes e situações constrangedoras, as personagens enfrentam seus medos, e como lidar com o perdão.
Gostei muito deste livro, pois me despertou uma grande questão que ainda não consegui responder: O AMOR PERDOA TUDO?

Palavras Lidas.


“O álcool é como o amor: o primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceiro é rotina. A partir daí, você apenas tira a roupa da garota”

Raymond Chandler

É por isso que eu sempre digo que as pessoas tem que se manterem bêbadas, pelo menos você tem a desculpa de não saber o que está fazendo, seja pelo amor ou pelo álcool.


Na vitrola: Opheliac - Emilie Aunumn.

A carta.


Aquela que demorei a escrever...
E Usei:

Uma...

Duas...

Três..

Várias folhas de papel...

Escrevi meus sentimentos...
Meus pensamentos...
Minhas perspectivas..
Meu bom humor...
O melhor de mim...

E...

Que por ironia do destino...
Insiste em não chegar em suas mãos.


Na vitrola: David Matthews Band - Crash in

- Palavras Lidas.


O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.

A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego.




Na vitrola: Storm - Lifehouse.

Dreams.


Dreams...
undiscovered and unexplored lands full of magic and fantasy,
sweet lullaby under the moon,
as we fly in the arms of winged creatures that protect us,
while wrapped into their wings they guide us through the sky,
there are no bundaries as we can touch the stars
and feel the soft clouds in our hands...



Na vitrola: Dançando - Egberto Gismonte

. The Pianist


The soft piano tune emanated through the small flat. The melody played through the halls, echoing softly across a girl’s warm, sleeping form, passing through a newly wed suite, shifting gently across the street. Even as the blood trickled slowly across the keys, his fingers softly grazed across the white and black. His eyes shut and the small crooked smile played on his lips as he escaped into the melody.

The sun slowly surrendered her reign on the sky, the moon claiming her mantle. Still, the music played. The pace slowing only slightly. The keys still gently hammered the strings. A soft, cool glow blushed through the raindrops upon the windowpane, casting shifting, mottled patterns across the room. Women, on their way home, paused in the street, their heads slightly tilted, the notes drifting through them. Children slowly slept, the tender lullaby banishing their unrest. In the flat, the man paused to brush a lock of thick hair from his face, allowing one hand to leave the piano. The stiff arm, translucent and colourless, cracked as the slowly congealing blood dried. His breath coiled placidly before his face, a pale mist. He watched it curl towards the heavens. Felt his spirit within the air.

The music looped and vined around it as his hand passed back to the keys. The notes were a shield, not constricting but protecting, that placid spirit. The soft notes resounded down the halls. Slowly fading. The notes gradually faded.

Quietening.

Stopping.




Na vitrola: Bill Evans.

- Filosofia.


Hay ocasiones en que las palabras no llegan a un escritor cuando las necesita, busca ideas, busca emociones, o simplemente busca un suceso, acciones que plasmar, hay ocasiones en que todo se nos esconde hábilmente en pliegues intangibles de dudoso hastío, y son esos momentos cuando menos logramos esconder la mediocridad de nuestras palabras… pues eso es lo que abunda en este mundo impío, la mediocridad y superficialidad, no hay nada, no somos nada, solo mierda disoluta y esparcida en un mundo de vacuidades y egos… Por eso no me ha interesado demasiado el continuar alargando los minutos inexistentes de este texto inerte, no existe, es tan solo una hoja blanca y binaria que intenta simular a una realidad de resina, de papel… Pero no existe, son números dentro de una computadora, un sistema llamado binario que realza y denigra a las letras… Y yo también he caído en ello, como todos aquellos “escritores”, como llamarnos tal si ya la pluma no adorna ese hueco entre nuestros dedos, si tan solo tamborileamos nuestras huellas sobre teclas que marcan letras pero no son… ¿Acaso no era la tinta el alma misma de la historia?




Na vitrola: Jethro Tull - Aqualung!

- Sad.


Please don’t let him bring you down
I don’t want to watch you waste away
I wish I could run to your arms
And promise you a better day

I want you to surrender
The awful games you play
Just for once in your life
I wish you’d ask me to stay

I watch you from my window
As you give into his demand
I know you just want to be “cool”
And you think I don’t understand

But as the days fly past
And I wait for your call
I start to think you don’t care
Because I’m nothing at all

Then I get depressed
And slowly wither away
I can think of nothing else
Except that one day

When you told me I was yours
And you loved me true
Now I look in the mirror
And know I’m nothing to you




Na vitrola: Think me with Kindness - Gentle Giant.



Num tow muito bem hoje.
Estava eu agora a pouco vendo o Filme The Princes Diary, baseado no livro da Meg Cabot.
Muito bonitinho por sinal...
Quando parei para me perguntar: O que faz com que a gente sonhe, imagine aquele mundo e deseje algo semelhante?
Não que eu queira ser uma princesa. (never, never, never...)
Mas como é bom ter a ilusão que no final as coisas acabam bem, o velho "happy and"...
Daí parei para pensar: Por que na minha vida não pode ter um final feliz também???
Ahhh eu sinceramente não acredito em principes encantados. Mas gostaria de encontrar um. Mesmo que seja um sapo disfarcado mas já é alguma coisa...
Uma coisa que a Mia Thermopolis disse ao Michael foi: que ele a tinha visto quando ela era invísivel...
O que eu sou...
Será que alguém me verá um dia...
Será que alguém conseguirá enxergar aquilo que esta lá dentro?
Bem... acredito que não.
Acho que ninguém me verá.
Escrevo por que sei que ninguém irá ler.


Se um dia eu perceber que estou tendo um happy And, mesmo que por algumas horas...
E se um dia alguém me enxergar escreverei aqui.


"Why don't you look at me? 'Cuz I am not invisible..."


Na verdade, queria que você me visse...

[...]


Tow triste hoje...
Aí como é ruim estar amando alguém que ñ lhe corresponde ...
Tá doendo tanto...
É tão horrível ... Vc entra no msn a todo momento pra saber se ele tá ON mas ñ tá...
Talvez ele tem percebido e esteja apenas fugindo...

Preciso arrancar isso do meu coração URGENTE! ANYBODY HELP ME???

Na vitrola: Led Zapplin

A minha Literatura.


Hiperbolicamente eu escrevia sobre o papel, transcrevendo a fúria da minha Alma.
E assim se fazia a minha Literatura, recursos estilísticos? Sim… e porque não?
Eu fingia, fingia escrevendo sobre o papel… fingia a minha Realidade.
Eu contradizia-me… porque… nem tudo tem de ter sentido.
A alma nem sempre tem sentido.
Uns dias eu era Camões, outros era Pessoa na sua mais contraditória emoção.
Podia optar também por ser Florbela Espanca… ou então… Antero de Quental.
Eu podia ser quem eu quisesse… no papel, eu não era Eu, talvez o fosse…mas…Nem eu sei.
Eu vivia das palavras, brincava com elas… escrevia por escrever… escrever era Viver!
Poesia? Rima? Sem Rima? Não me interessa… desde que seja vinda de dentro, desde que seja genuinamente sentida, desde que seja feita com toda a grandiosa dimensão da nossa Alma.


Na Vitrola: Marie Antoniette - Curved Air.

Neues aus der Welt der Ohrwürmer



Nach neuesten Erkenntnissen scheint es wohl eine seltene Form der Mutation deseararuswurmus extremus bei einigen betroffenen Patienten zu geben.

Gerade beim Umgang mit Werbeliedern reagieren einige Probanten äußerst aggressiv beim zu häufigen Hören einiger Jingles, wie es im Fachmund heißt. Besonders im bayuvarischem Raum ist dieses Verhalten am häufigsten zu beobachten. Schon seit Jahren wird offensichtlich immer wieder das gleiche Pfeifen in einer bekannten Werbung gespielt. Was als Wiedererkennungsmelodie gedacht war, scheint inzwischen eine eher negative Abneigung auszulösen. Sehr viele Patienten reagieren mit roten Augen und Wutausbrüchen auf eben dieses Geräusch. Man könnte es auch als erste Anzeichen eines allergisches Verhalten deuten.

Gleichfalls wurde in dieser Untersuchung festgestellt, dass viele Probanten eine Melodie hören, obwohl dieses schon lange nicht mehr in den entsprechenden Medien lief, alleine nur durch die erbrachte Tatsache, dass sie das anbeworbene Produkt in den Händen hielten.

Diese Form des Ohrwurmsbefalls ist äußert bedenklich und lässt nur den einzigen Schluss zu, dass man zukünftig Werbesendungen tunlichst meiden sollte, wenn man keinen Rückfall erleiden will. Ebenso sollten gerade Patienten mit Neigung zu aggressivem Verhalten Sendungen dieser Art gar nicht sehen oder hören. Sonst bestehe Gefahr für das eigene Leben und das seiner Umwelt.

Wir vom neu gegründeten Fachverband für Ohrwurmbefalls halten sie auch weiter auf dem Laufenden.


Nach neuesten Erkenntnissen scheint es wohl eine seltene Form der Mutation des eararuswurmus extremus bei einigen betroffenen Patienten zu geben.

Gerade beim Umgang mit Werbeliedern reagieren einige Probanten äußerst aggressiv beim zu häufigen Hören einiger Jingles, wie es im Fachmund heißt. Besonders im bayuvarischem Raum ist dieses Verhalten am häufigsten zu beobachten. Schon seit Jahren wird offensichtlich immer wieder das gleiche Pfeifen in einer bekannten Werbung gespielt. Was als Wiedererkennungsmelodie gedacht war, scheint inzwischen eine eher negative Abneigung auszulösen. Sehr viele Patienten reagieren mit roten Augen und Wutausbrüchen auf eben dieses Geräusch. Man könnte es auch als erste Anzeichen eines allergisches Verhalten deuten.

Gleichfalls wurde in dieser Untersuchung festgestellt, dass viele Probanten eine Melodie hören, obwohl dieses schon lange nicht mehr in den entsprechenden Medien lief, alleine nur durch die erbrachte Tatsache, dass sie das anbeworbene Produkt in den Händen hielten.

Diese Form des Ohrwurmsbefalls ist äußert bedenklich und lässt nur den einzigen Schluss zu, dass man zukünftig Werbesendungen tunlichst meiden sollte, wenn man keinen Rückfall erleiden will. Ebenso sollten gerade Patienten mit Neigung zu aggressivem Verhalten Sendungen dieser Art gar nicht sehen oder hören. Sonst bestehe Gefahr für das eigene Leben und das seiner Umwelt.

Wir vom neu gegründeten Fachverband für Ohrwurmbefalls halten sie auch weiter auf dem Laufenden.

Desabafos.


Confesso que ando bem desestimulada para postar nesse bolg ( nada pessoal é claro) porém é que ando ultimamente sem muita inspiração para publicar textos na verdade tenho pouca coisa pra falar da minha vidinha medríocre e sem rumo...
Ando muito confusa em relação as minhas coisas.. trabalhando.. dando o melhor de mim o qual eu nem sabia que existia...

Ah.. as pessoas me cobrando pelo fato da minha instabilidade sentimental...
Powww é simples ... nesse momento eu queria alguém, que mora nos cafundés de judá... só isso!!!!!!!!!! Eu não vou ficar com qualquer cara só pq todos estão dizendo que eu estou encalhada sabe???? NÃO VOU MESMO!!!!!

Eu sou totalmente PLATÔNICA nisso aí...
EU QUERO O CARA PERFEITO ...
EU SEI QUE ELE EXISTE...

E vou esperar por ele ... xD



Na vitrola: Free - Remember.

Turn Out the Stars*


Mario Schifano - Stelle

Mas devagarinho. Como quem se deixa ir para dentro de um sono profundo. Sabendo que amanhã acordará. Como sempre. Talvez apenas não tão pontualmente.

* Bill Evans (4:55) in 'Turn Out the Stars: Final Village Vanguard Records'

" Por que afinal existem amigos mais chegados do que um irmão" .


A cah dedicou um post pra mim.. sendo assim faço o mesmo!

Não há memória
Onde não apareçam
E nem lembranças
Em que elas não estejam
Tanto nos dias tristes e felizes
Foi com elas que eu ri e chorei (2x refrão)

Se estou longe as sinto por perto
Nunca ninguém vai nos separar
Elas guardam
Todos meus segredos
É um tesouro a nossa amizade (2x refrão)

Amigas, amigas
Companheiras da minha vida
Amigas
Com vocês eu inventei
Um mundo de carinho
A dividir com vocês
Amigas
As melhores que sonhei
Amigas, amigas
Presentes da minha vida
Amigas
Com vocês eu aprendi
Que juntas
Jamais seremos vencidas

Amigas
Amigas para sempre


Amigas - Chiquititas.



Na vitrola: King Crimson - I talk to the wind. (l)

Procuro por alguma coisa assim. Desse jeito. Que a gente possa pegar, passar por ali e trazer para cá. Indica-me o caminho por onde devo seguir? Sabe quem posso procurar? Mas, como assim? Não entendeste o que tanto quero? Tão simples, tão elementar. Um instrumento primário de dois ou mais lados. E você pega assim, faz assim, deixa desse jeito e arruma para este lado. Da forma como estou mostrando. Um lado fica para cá e os outros dois para lá. Se forem mais, a composição é mais ou menos desta forma.
Procuro, procuro, procuro e nunca acho! Tão difícil para algo tão simples! Tão tão, que tão pouco acho complicado. Mas tanto me dificultam os caminhos que levam.
Não há placas, indicações... Tampouco pessoas que saibam. Mas se digo que é assim, não há dúvidas! É assim, e ponto. Compreendes?
Não!
Assim não!
Esforce-se mais! Assim não consegues ajudar-me. Dessa forma não me és útil. Teus trejeitos agem tão, como eu poderia dizer... Tão. Isso. Tão. É! Assim! Quero que faça dessa forma. Por ali, não por aqui. Isto por cima e este por baixo. Pegue aqui e leve para lá. Movimente dessa forma e... voilá!


Na vitrola: The Mahavishnu Orchestra - Meeting of the Sprits

Curvatura no espaço-tempo


Se não fosse o tic tac do relógio que cisma em bater em cima da cabeceira e lembrar que o tempo passa, as folhas caem, a vida acaba, as coisas simplesmente aconteceriam, as árvores continuariam a dar flores e as valsas durariam para sempre. É o maldito tic tac que faz tic e tac e não para nunca de fazer e de lembrar e de espirrar na face de quem vive esse tal maldito de tempo relativo. E se o Einstein vivesse no ano em que a internet tornou tudo instantâneo e que nos acham a qualquer momento via celular, matar-se-ia ao som de Bach tocado em violão por um fio de notebook sob o peso de uma máquina de costura antiga. Maçãs caem em nossas cabeças todos os dias e esquecemos-nos de pensar nelas porque ouvimos aquele som do tic tac que se confunde com barulhos de telefones celulares por todas as esquinas. Ah, se a garrafa de coca cola realmente pudesse dizer alguma coisa para os nossos gênios mortos diria que as maçãs perderam a sua beleza e que as línguas são mostradas ao leu, sem que ninguém mais note. A branca de neve morreu e nenhum anão foi ao seu enterro, os anões comemoravam bebendo chopp no bar da esquina enquanto a malvada bruxa fazia luzes californianas no cabelo, por cima de uma escova progressiva. As fadas têm novos contos. Contos em papel impresso que o ácido corrosivo da coca cola tratou de destruir e o vírus de um cavalo (que não era branco e não tinha príncipe) levaram para longe do personal computer.


Na vitrola : Rainbow o dia inteiro.

Post sem título - Parte I.


De trabalho pelo todo concluído, do incompleto reconstruído a três, a dez, a mil. Menos trinta graus de febre pela pêlo pele sensível, organismo revirado atmosfera podre. Insensível. À flor da pele, na verdade. Insensível. Revirando pelos mares que ninguém vê, debochando de olhares suburbanos, íntimos, reclusos. O mel não grudava, escorria pela superfície insana de corredeiras incontroláveis, amontoadas, instáveis. Incertezas de eternos pensamentos vãos inconformados do éter presente. Com laços grandes de fitas largas, flores, de pele, de não, de tudo, descontrole, música. Explosão vulcânica abrupta simples destrutiva insone dedos abraços compatíveis estéril vil vão não sim. Paralelepípedo. Quebra-se a linha de fios finos e fixos de um cordão sem fim. Imagem crua, ataque pincelado, gravura complexa, branca, pastel, sentimento união. Amor, desejo, paixão, dedos e braços, pernas e beijos, rins e unhas. Asco. Do andar imaginado perdão no ponto reparador, neve que não cai, rola.


Na vitrola: Rainbow - Run with the wolf.
São 6h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.

Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje.

Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até! Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro.

Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar. Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindica direitos da mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela.

Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária….

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre “vamos conquistar o nosso espaço”.

QUE ESPAÇO, MINHA FILHA.

Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer? Agora eles estão aí todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz!

Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim!

E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre.

Por que, me digam por que, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor,que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso… Tava na cara que isso não ia dar certo.

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas.

Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especialidades.

Viramos “super-mulheres”, mas continuamos a ganhar menos do que eles….

Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?

CHEGA!

Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela…

Ai, meu Deus, são 7h30, tenho que levantar!

E tem mais… que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga “meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?”, pois eu descobri que é muito melhor servir.

Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna… Troco pelo de Amélia. Alguém mais se habilita? Antes eu sonhava, agora nem durmo mais.


Por Lealcy B. Junior.


Na vitrola: Elephant Gun - Beirut.