Desabafos.


Sério.
Preciso mudar minha vida.
Olho pra mim e me sinto um vegetal em cima dessa cadeira, vendo o tempo passar
Vendo as pessoas evoluirem...(ou não).
Eu realmente estou cansada.
Da minha falta de perspectiva com o meu futuro.
Ele tá na minha frente.
Mas algo me impede de caminhar.
Eu só quero passar de estágio.
Estou presa nessa maldita fase 1/2/3 dessa merda de vida.
Não consigo derrotar o monstro feio do final do estágio..
E volto

para

o

inicio.

Isto é tão frustante.
Só gostaria de um comando me explicando comofas/
tudo seria mais simples.
Menos
cansaço
Fadiga
Tristeza
e
de
jogar tudo isso que está escondido no meu sub-consciente lá pra China.





Eu só preciso passar de estágio.
E mudar essa porra de vida.






Na vitrola: Ordinary World - Duran Duran.

Resenha: MAIS QUE AMIGOS de Barbara Delinsky


Mais do que vizinhos de porta, os Maxwells e os Popes são duas famílias cujas vidas estão profundamente entrelaçadas: as mulheres foram colegas de quarto na universidade, seus maridos são parceiros no mesmo escritório de advocacia e os filhos cresceram juntos, partilhando férias e feriados. Mas, quando suas vidas são abaladas por uma tragédia que nunca poderá ser apagada ou esquecida, a confiança de uns nos outros e, por que não, em si mesmos é posta em xeque. Michael, de 13 anos, filho dos Maxwells, assiste a mãe e Sam Pope fazendo amor e, ao fugir dessa cena angustiante, é atropelado por um furgão, entrando em coma profundo. Para piorar a culpa da mãe de Michael, o motorista do furgão é Grady Piper, seu namorado de adolescência. "Mais Que Amigos" é uma história que toca todas as pessoas, englobando as paixões universais que a vida tem a oferecer e mostrando que o acaso e a fragilidade são inerentes a nós.
Li este livro por indicação da Lili, Li este livro por indicação da minha professora do SAT, pena que não tinha em ingles. E então embarquei nesta história que me deu deixou extremamente extenuada com a quantidade de emoções que tive durante a sua leitura. É uma história que nos prende do começo ao fim, nos enredando nos dramas das personagens. Estes dramas que estão guardados nos corações dessas personagens, somente vêm à luz, quando Michael encontra sua mãe Teke, transando com Sam, vizinho amigo da família. Em decorrência desse flagrante, Michael é atropelado por Glady, ex-namorado de sua mãe, e entra em coma.

Temos então o início dos dramas que afloram, pois Teke, seu marido J.D., Sam e sua mulher Annie, terão que reavaliar suas amizades, seus casamentos, o amor, a confiança, etc. As estruturas que mantiveram estes dois casais amigos desde a faculdade são abaladas com a traição, e sentimentos como o egoísmo, a intolerância, a mesquinhez, o ciúme, etc. são trazidos a tona de uma forma avalassadora e que não permite serem ignorados.

No meio de tantos sentimentos conflitantes e situações constrangedoras, as personagens enfrentam seus medos, e como lidar com o perdão.
Gostei muito deste livro, pois me despertou uma grande questão que ainda não consegui responder: O AMOR PERDOA TUDO?

Palavras Lidas.


“O álcool é como o amor: o primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceiro é rotina. A partir daí, você apenas tira a roupa da garota”

Raymond Chandler

É por isso que eu sempre digo que as pessoas tem que se manterem bêbadas, pelo menos você tem a desculpa de não saber o que está fazendo, seja pelo amor ou pelo álcool.


Na vitrola: Opheliac - Emilie Aunumn.

A carta.


Aquela que demorei a escrever...
E Usei:

Uma...

Duas...

Três..

Várias folhas de papel...

Escrevi meus sentimentos...
Meus pensamentos...
Minhas perspectivas..
Meu bom humor...
O melhor de mim...

E...

Que por ironia do destino...
Insiste em não chegar em suas mãos.


Na vitrola: David Matthews Band - Crash in

- Palavras Lidas.


O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.

A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego.




Na vitrola: Storm - Lifehouse.

Dreams.


Dreams...
undiscovered and unexplored lands full of magic and fantasy,
sweet lullaby under the moon,
as we fly in the arms of winged creatures that protect us,
while wrapped into their wings they guide us through the sky,
there are no bundaries as we can touch the stars
and feel the soft clouds in our hands...



Na vitrola: Dançando - Egberto Gismonte

. The Pianist


The soft piano tune emanated through the small flat. The melody played through the halls, echoing softly across a girl’s warm, sleeping form, passing through a newly wed suite, shifting gently across the street. Even as the blood trickled slowly across the keys, his fingers softly grazed across the white and black. His eyes shut and the small crooked smile played on his lips as he escaped into the melody.

The sun slowly surrendered her reign on the sky, the moon claiming her mantle. Still, the music played. The pace slowing only slightly. The keys still gently hammered the strings. A soft, cool glow blushed through the raindrops upon the windowpane, casting shifting, mottled patterns across the room. Women, on their way home, paused in the street, their heads slightly tilted, the notes drifting through them. Children slowly slept, the tender lullaby banishing their unrest. In the flat, the man paused to brush a lock of thick hair from his face, allowing one hand to leave the piano. The stiff arm, translucent and colourless, cracked as the slowly congealing blood dried. His breath coiled placidly before his face, a pale mist. He watched it curl towards the heavens. Felt his spirit within the air.

The music looped and vined around it as his hand passed back to the keys. The notes were a shield, not constricting but protecting, that placid spirit. The soft notes resounded down the halls. Slowly fading. The notes gradually faded.

Quietening.

Stopping.




Na vitrola: Bill Evans.

- Filosofia.


Hay ocasiones en que las palabras no llegan a un escritor cuando las necesita, busca ideas, busca emociones, o simplemente busca un suceso, acciones que plasmar, hay ocasiones en que todo se nos esconde hábilmente en pliegues intangibles de dudoso hastío, y son esos momentos cuando menos logramos esconder la mediocridad de nuestras palabras… pues eso es lo que abunda en este mundo impío, la mediocridad y superficialidad, no hay nada, no somos nada, solo mierda disoluta y esparcida en un mundo de vacuidades y egos… Por eso no me ha interesado demasiado el continuar alargando los minutos inexistentes de este texto inerte, no existe, es tan solo una hoja blanca y binaria que intenta simular a una realidad de resina, de papel… Pero no existe, son números dentro de una computadora, un sistema llamado binario que realza y denigra a las letras… Y yo también he caído en ello, como todos aquellos “escritores”, como llamarnos tal si ya la pluma no adorna ese hueco entre nuestros dedos, si tan solo tamborileamos nuestras huellas sobre teclas que marcan letras pero no son… ¿Acaso no era la tinta el alma misma de la historia?




Na vitrola: Jethro Tull - Aqualung!

- Sad.


Please don’t let him bring you down
I don’t want to watch you waste away
I wish I could run to your arms
And promise you a better day

I want you to surrender
The awful games you play
Just for once in your life
I wish you’d ask me to stay

I watch you from my window
As you give into his demand
I know you just want to be “cool”
And you think I don’t understand

But as the days fly past
And I wait for your call
I start to think you don’t care
Because I’m nothing at all

Then I get depressed
And slowly wither away
I can think of nothing else
Except that one day

When you told me I was yours
And you loved me true
Now I look in the mirror
And know I’m nothing to you




Na vitrola: Think me with Kindness - Gentle Giant.



Num tow muito bem hoje.
Estava eu agora a pouco vendo o Filme The Princes Diary, baseado no livro da Meg Cabot.
Muito bonitinho por sinal...
Quando parei para me perguntar: O que faz com que a gente sonhe, imagine aquele mundo e deseje algo semelhante?
Não que eu queira ser uma princesa. (never, never, never...)
Mas como é bom ter a ilusão que no final as coisas acabam bem, o velho "happy and"...
Daí parei para pensar: Por que na minha vida não pode ter um final feliz também???
Ahhh eu sinceramente não acredito em principes encantados. Mas gostaria de encontrar um. Mesmo que seja um sapo disfarcado mas já é alguma coisa...
Uma coisa que a Mia Thermopolis disse ao Michael foi: que ele a tinha visto quando ela era invísivel...
O que eu sou...
Será que alguém me verá um dia...
Será que alguém conseguirá enxergar aquilo que esta lá dentro?
Bem... acredito que não.
Acho que ninguém me verá.
Escrevo por que sei que ninguém irá ler.


Se um dia eu perceber que estou tendo um happy And, mesmo que por algumas horas...
E se um dia alguém me enxergar escreverei aqui.


"Why don't you look at me? 'Cuz I am not invisible..."


Na verdade, queria que você me visse...

[...]


Tow triste hoje...
Aí como é ruim estar amando alguém que ñ lhe corresponde ...
Tá doendo tanto...
É tão horrível ... Vc entra no msn a todo momento pra saber se ele tá ON mas ñ tá...
Talvez ele tem percebido e esteja apenas fugindo...

Preciso arrancar isso do meu coração URGENTE! ANYBODY HELP ME???

Na vitrola: Led Zapplin

A minha Literatura.


Hiperbolicamente eu escrevia sobre o papel, transcrevendo a fúria da minha Alma.
E assim se fazia a minha Literatura, recursos estilísticos? Sim… e porque não?
Eu fingia, fingia escrevendo sobre o papel… fingia a minha Realidade.
Eu contradizia-me… porque… nem tudo tem de ter sentido.
A alma nem sempre tem sentido.
Uns dias eu era Camões, outros era Pessoa na sua mais contraditória emoção.
Podia optar também por ser Florbela Espanca… ou então… Antero de Quental.
Eu podia ser quem eu quisesse… no papel, eu não era Eu, talvez o fosse…mas…Nem eu sei.
Eu vivia das palavras, brincava com elas… escrevia por escrever… escrever era Viver!
Poesia? Rima? Sem Rima? Não me interessa… desde que seja vinda de dentro, desde que seja genuinamente sentida, desde que seja feita com toda a grandiosa dimensão da nossa Alma.


Na Vitrola: Marie Antoniette - Curved Air.

Neues aus der Welt der Ohrwürmer



Nach neuesten Erkenntnissen scheint es wohl eine seltene Form der Mutation deseararuswurmus extremus bei einigen betroffenen Patienten zu geben.

Gerade beim Umgang mit Werbeliedern reagieren einige Probanten äußerst aggressiv beim zu häufigen Hören einiger Jingles, wie es im Fachmund heißt. Besonders im bayuvarischem Raum ist dieses Verhalten am häufigsten zu beobachten. Schon seit Jahren wird offensichtlich immer wieder das gleiche Pfeifen in einer bekannten Werbung gespielt. Was als Wiedererkennungsmelodie gedacht war, scheint inzwischen eine eher negative Abneigung auszulösen. Sehr viele Patienten reagieren mit roten Augen und Wutausbrüchen auf eben dieses Geräusch. Man könnte es auch als erste Anzeichen eines allergisches Verhalten deuten.

Gleichfalls wurde in dieser Untersuchung festgestellt, dass viele Probanten eine Melodie hören, obwohl dieses schon lange nicht mehr in den entsprechenden Medien lief, alleine nur durch die erbrachte Tatsache, dass sie das anbeworbene Produkt in den Händen hielten.

Diese Form des Ohrwurmsbefalls ist äußert bedenklich und lässt nur den einzigen Schluss zu, dass man zukünftig Werbesendungen tunlichst meiden sollte, wenn man keinen Rückfall erleiden will. Ebenso sollten gerade Patienten mit Neigung zu aggressivem Verhalten Sendungen dieser Art gar nicht sehen oder hören. Sonst bestehe Gefahr für das eigene Leben und das seiner Umwelt.

Wir vom neu gegründeten Fachverband für Ohrwurmbefalls halten sie auch weiter auf dem Laufenden.


Nach neuesten Erkenntnissen scheint es wohl eine seltene Form der Mutation des eararuswurmus extremus bei einigen betroffenen Patienten zu geben.

Gerade beim Umgang mit Werbeliedern reagieren einige Probanten äußerst aggressiv beim zu häufigen Hören einiger Jingles, wie es im Fachmund heißt. Besonders im bayuvarischem Raum ist dieses Verhalten am häufigsten zu beobachten. Schon seit Jahren wird offensichtlich immer wieder das gleiche Pfeifen in einer bekannten Werbung gespielt. Was als Wiedererkennungsmelodie gedacht war, scheint inzwischen eine eher negative Abneigung auszulösen. Sehr viele Patienten reagieren mit roten Augen und Wutausbrüchen auf eben dieses Geräusch. Man könnte es auch als erste Anzeichen eines allergisches Verhalten deuten.

Gleichfalls wurde in dieser Untersuchung festgestellt, dass viele Probanten eine Melodie hören, obwohl dieses schon lange nicht mehr in den entsprechenden Medien lief, alleine nur durch die erbrachte Tatsache, dass sie das anbeworbene Produkt in den Händen hielten.

Diese Form des Ohrwurmsbefalls ist äußert bedenklich und lässt nur den einzigen Schluss zu, dass man zukünftig Werbesendungen tunlichst meiden sollte, wenn man keinen Rückfall erleiden will. Ebenso sollten gerade Patienten mit Neigung zu aggressivem Verhalten Sendungen dieser Art gar nicht sehen oder hören. Sonst bestehe Gefahr für das eigene Leben und das seiner Umwelt.

Wir vom neu gegründeten Fachverband für Ohrwurmbefalls halten sie auch weiter auf dem Laufenden.

Desabafos.


Confesso que ando bem desestimulada para postar nesse bolg ( nada pessoal é claro) porém é que ando ultimamente sem muita inspiração para publicar textos na verdade tenho pouca coisa pra falar da minha vidinha medríocre e sem rumo...
Ando muito confusa em relação as minhas coisas.. trabalhando.. dando o melhor de mim o qual eu nem sabia que existia...

Ah.. as pessoas me cobrando pelo fato da minha instabilidade sentimental...
Powww é simples ... nesse momento eu queria alguém, que mora nos cafundés de judá... só isso!!!!!!!!!! Eu não vou ficar com qualquer cara só pq todos estão dizendo que eu estou encalhada sabe???? NÃO VOU MESMO!!!!!

Eu sou totalmente PLATÔNICA nisso aí...
EU QUERO O CARA PERFEITO ...
EU SEI QUE ELE EXISTE...

E vou esperar por ele ... xD



Na vitrola: Free - Remember.

Turn Out the Stars*


Mario Schifano - Stelle

Mas devagarinho. Como quem se deixa ir para dentro de um sono profundo. Sabendo que amanhã acordará. Como sempre. Talvez apenas não tão pontualmente.

* Bill Evans (4:55) in 'Turn Out the Stars: Final Village Vanguard Records'

" Por que afinal existem amigos mais chegados do que um irmão" .


A cah dedicou um post pra mim.. sendo assim faço o mesmo!

Não há memória
Onde não apareçam
E nem lembranças
Em que elas não estejam
Tanto nos dias tristes e felizes
Foi com elas que eu ri e chorei (2x refrão)

Se estou longe as sinto por perto
Nunca ninguém vai nos separar
Elas guardam
Todos meus segredos
É um tesouro a nossa amizade (2x refrão)

Amigas, amigas
Companheiras da minha vida
Amigas
Com vocês eu inventei
Um mundo de carinho
A dividir com vocês
Amigas
As melhores que sonhei
Amigas, amigas
Presentes da minha vida
Amigas
Com vocês eu aprendi
Que juntas
Jamais seremos vencidas

Amigas
Amigas para sempre


Amigas - Chiquititas.



Na vitrola: King Crimson - I talk to the wind. (l)

Procuro por alguma coisa assim. Desse jeito. Que a gente possa pegar, passar por ali e trazer para cá. Indica-me o caminho por onde devo seguir? Sabe quem posso procurar? Mas, como assim? Não entendeste o que tanto quero? Tão simples, tão elementar. Um instrumento primário de dois ou mais lados. E você pega assim, faz assim, deixa desse jeito e arruma para este lado. Da forma como estou mostrando. Um lado fica para cá e os outros dois para lá. Se forem mais, a composição é mais ou menos desta forma.
Procuro, procuro, procuro e nunca acho! Tão difícil para algo tão simples! Tão tão, que tão pouco acho complicado. Mas tanto me dificultam os caminhos que levam.
Não há placas, indicações... Tampouco pessoas que saibam. Mas se digo que é assim, não há dúvidas! É assim, e ponto. Compreendes?
Não!
Assim não!
Esforce-se mais! Assim não consegues ajudar-me. Dessa forma não me és útil. Teus trejeitos agem tão, como eu poderia dizer... Tão. Isso. Tão. É! Assim! Quero que faça dessa forma. Por ali, não por aqui. Isto por cima e este por baixo. Pegue aqui e leve para lá. Movimente dessa forma e... voilá!


Na vitrola: The Mahavishnu Orchestra - Meeting of the Sprits

Curvatura no espaço-tempo


Se não fosse o tic tac do relógio que cisma em bater em cima da cabeceira e lembrar que o tempo passa, as folhas caem, a vida acaba, as coisas simplesmente aconteceriam, as árvores continuariam a dar flores e as valsas durariam para sempre. É o maldito tic tac que faz tic e tac e não para nunca de fazer e de lembrar e de espirrar na face de quem vive esse tal maldito de tempo relativo. E se o Einstein vivesse no ano em que a internet tornou tudo instantâneo e que nos acham a qualquer momento via celular, matar-se-ia ao som de Bach tocado em violão por um fio de notebook sob o peso de uma máquina de costura antiga. Maçãs caem em nossas cabeças todos os dias e esquecemos-nos de pensar nelas porque ouvimos aquele som do tic tac que se confunde com barulhos de telefones celulares por todas as esquinas. Ah, se a garrafa de coca cola realmente pudesse dizer alguma coisa para os nossos gênios mortos diria que as maçãs perderam a sua beleza e que as línguas são mostradas ao leu, sem que ninguém mais note. A branca de neve morreu e nenhum anão foi ao seu enterro, os anões comemoravam bebendo chopp no bar da esquina enquanto a malvada bruxa fazia luzes californianas no cabelo, por cima de uma escova progressiva. As fadas têm novos contos. Contos em papel impresso que o ácido corrosivo da coca cola tratou de destruir e o vírus de um cavalo (que não era branco e não tinha príncipe) levaram para longe do personal computer.


Na vitrola : Rainbow o dia inteiro.

Post sem título - Parte I.


De trabalho pelo todo concluído, do incompleto reconstruído a três, a dez, a mil. Menos trinta graus de febre pela pêlo pele sensível, organismo revirado atmosfera podre. Insensível. À flor da pele, na verdade. Insensível. Revirando pelos mares que ninguém vê, debochando de olhares suburbanos, íntimos, reclusos. O mel não grudava, escorria pela superfície insana de corredeiras incontroláveis, amontoadas, instáveis. Incertezas de eternos pensamentos vãos inconformados do éter presente. Com laços grandes de fitas largas, flores, de pele, de não, de tudo, descontrole, música. Explosão vulcânica abrupta simples destrutiva insone dedos abraços compatíveis estéril vil vão não sim. Paralelepípedo. Quebra-se a linha de fios finos e fixos de um cordão sem fim. Imagem crua, ataque pincelado, gravura complexa, branca, pastel, sentimento união. Amor, desejo, paixão, dedos e braços, pernas e beijos, rins e unhas. Asco. Do andar imaginado perdão no ponto reparador, neve que não cai, rola.


Na vitrola: Rainbow - Run with the wolf.
São 6h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.

Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje.

Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até! Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro.

Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar. Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindica direitos da mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela.

Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária….

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre “vamos conquistar o nosso espaço”.

QUE ESPAÇO, MINHA FILHA.

Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer? Agora eles estão aí todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz!

Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim!

E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre.

Por que, me digam por que, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor,que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso… Tava na cara que isso não ia dar certo.

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas.

Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especialidades.

Viramos “super-mulheres”, mas continuamos a ganhar menos do que eles….

Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?

CHEGA!

Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela…

Ai, meu Deus, são 7h30, tenho que levantar!

E tem mais… que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga “meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?”, pois eu descobri que é muito melhor servir.

Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna… Troco pelo de Amélia. Alguém mais se habilita? Antes eu sonhava, agora nem durmo mais.


Por Lealcy B. Junior.


Na vitrola: Elephant Gun - Beirut.

Havia apenas um poste aceso.

O bairro mergulhado na escuridão do caos. Nem as estrelas ousavam brilhar.

Um negro gato espiava da quina do muro de concreto, seus olhos cinza-esverdeados faiscando assustadores. Um barulho qualquer o espantou, ele correu longe, perdeu-se no breu completo. Uma latinha de cerveja barata rolava pela calçada.

Nem o vento provocava sequer ruído audível; apenas contentava-se em espalhar as folhas secas e os papéis de propaganda pelo bairro afora, mergulhado no silêncio da noite. Um uivo de cão ouviu-se ao longe, misturou-se com o silêncio absoluto. Uma rã se escondeu entre o mato do terreno esquecido.

Todas as luzes estão apagadas. Nem uma janela, nem uma varanda iluminada. Não havia viv’alma pelas ruas. Estariam dormindo, pobres almas humanas? Ou se escondendo no vácuo, no nada? Com medo do silêncio, atordoante silêncio, absoluto silêncio de seus corações.

Não, eles não estão dormindo. Estão por aí, perdidos pela noite, embriagados de prazer e de sonhos.

As luzes dos homens estão apagadas. Estão eles mergulhados no vazio, na escuridão, como o bairro, a cidade, o planeta, o universo. É pequeno o universo dos homens. Mas nele cabem todos os mistérios, todos os desejos dos homens.

Estará o universo dos homens mergulhado na escuridão total, absoluta, inatingível, como está o bairro mergulhado no caos? Estará o homem mergulhado no caos? O coração dos homens está vazio, cercado do mais profundo silêncio. O homem está perdido, à procura do brilho das estrelas de esperança em seu universo. Enquanto isso, os homens tentam esquecer seu destino enigmático, apagando a luz de sua alma, entregando-se à escuridão do caos da vida.

O negro gato volta à esquina do muro de concreto, acompanhado. Os miados se perdem pela imensidão da noite.


Na vitrola : Black Sabbath - Die Young.

DES (motivo).



Escrevo porque o tempo insiste
e a minha vida está incompleta.
Ora sou alegre, ora triste:
Sou poeta.

Fujo das coisas fugidias,
no entanto delas é que eu faço
meu gozo, meu tormento e dias
no traço.

Nestes versos que edifico,
não sei se fico ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Este é o meu canto: um nada que é tudo,
notas do tempo em que, disperso,
sei-me entoando um canto mudo:
— mais nada.


Na vitrola: vitrola Des (ligada).

Take the "A" train.


"Chuffa, chuffa, chuffa. Choo choo. Woo woo."
Kurt Vonnegut Jr


"Por que os trens do Metrô não podem apitar como as locomotivas a vapor?" pensou Júlia enquanto esperava na plataforma. "Seria divertido". Sorriu. De qualquer modo, quando se tem dezenove anos, e se está no primeiro ano da faculdade, pode-se perfeitamente pensar tais coisas. Como também esquecer o bilhete magnético nas páginas de um livro. E então ter que comprar outro, e logo reencontrar o primeiro e pensar: "Que tonta que eu sou! Agora tenho o bastante. Que bom!"

Na mesma plataforma, mas pelo menos dez minutos adiantado, estava Fábio. Mais velho, vestia um terno xadrez desalinhado, o jornal tentando escapar da pasta, o guarda-chuva portátil de prontidão. Fábio gostava de jazz e justamente naquele momento recordava uma de suas músicas favoritas: "Take The 'A' Train", de Duke Ellington.

Fábio admirava o Metrô: sua racionalidade concreta de aço escovado; seu elegante e democrático piso de granito polido. Mesmo assim nunca lhe ocorreu associar uma coisa com a outra. Duke Ellington eram as noites de piano solo de sábado e as manhãs de domingo com a orquestra a todo volume; o Metrô era o cotidiano, de segunda a sexta, no que havia de mais imediato e permanente.

Fábio tinha ainda o curioso hábito de evitar as escadas rolantes. Não por medo. Certa vez perguntaram-lhe: "Por quê?" "Não sei. Não se deve evitar esse tipo de esforço", respondeu. "E pelo menos nisso obedeço à minha cardiologista", acrescentou. Daí enfrentava com resignação as longas escadarias. "Não sou melhor do que ninguém." E até gostava desse exercício de paciência na contra-mão de toda pós-modernidade e suas decepções.

Finalmente, o trem chegou e ambos (e todos os demais) embarcaram. Júlia desceu na Sé, enquanto Fábio desceu na Paraíso para seguir até a Consolação. Também poderia ser o contrário (as vantagens da ficção) e os trens do Metrô poderiam de fato apitar como queria Júlia e terem a letra A e Duke Ellington como queria Fábio estar com Júlia. Se ao menos, também ele, pudesse encontrar um bilhete esquecido nas páginas de um livro, como uma flor.


Na vitrola: MCcoy Tyner - Three Flowers.

Sobre o Amor.


Ferreira Gullar


Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.

Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.

O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.

Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério — o assim chamado —, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.

Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.

Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda­roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar­se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.

E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!...

Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.

Extraído do livro "A estranha vida banal", editora José Olympio - 1989, e consta da antologia "As 100 melhores crônicas brasileiras", Editora Objetiva, pág. 279 - Rio de Janeiro - 2005, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.




Na vitrola: Bruno Vlahek - Prelude, Aria e Scherzo, parte II.

Caralhoca! Minha vida está UM GRANDE E ETERNO MIMIMI!

Sabe a sensação esquisita de se sentir drogado?
Sei lá, anestesiado. Porém tendo a sensação incômoda da dormência? Queimando por dentro... Não sei explicar.
Porém a dormência é tão, mas TÃO irritante, que você enlouquece com a tentativa de explicar o porque dessa sensação ruim.
Consegue entender?
Bem, entendendo ou não, me sinto assim na maior parte do tempo.
Minha cabeça tá vazia. Chega a fazer eco.

Uma história qualquer de amor e tal...



" Me escondo de ti em uma tola máscara.
Mas não estaria tua máscara... me escondendo ainda mais de ti?"
(Esyath Barret)

A CRISE DA DÚVIDA

Por Esyath Barret

- E se o final não for feliz para sempre?
- Nunca teremos como saber!
- Se nunca saberemos... é porque não chegaremos ao final?
- Não, é apenas... porque o final não existe... afinal, não é para sempre?
- Então... nos amaremos eternamente?
- Nós nem sabemos se nos amamos!
- E como... poderíamos saber?
- Tentando oras...
- Ou se sabe se ama, ou se sabe que não se ama. Não existe esse negócio de tentar... Você me ama ou não?
- Eu posso dizer que sim! Todo mundo fala isso o tempo todo. Mas seria indecente...
- Por quê?
- Porque o amor só deve ser confessado quando a certeza existir... e isso só acontece com o tempo e com a convivência...
- Ufa!
- Que foi?
- É que eu estava com medo... de confessar que também não sabia se te amava...
- O QUÊ? VOCÊ NÃO ME AMA?
- Mas... você disse...
- Eu falei genericamente. Não estava falando sobre nós...
- NÃO????? NÃO FOI O QUE PARECEU!
- NÃO GRITE!
- VOCÊ GRITOU PRIMEIRO!
- Desculpe... talvez devêssemos discutir a relação...
- E não é o que estamos fazendo?
- Não... estamos apenas passando por uma crise econômica...
- Econômica???????
- Claro... estamos economizando nossos sentimentos... nos poupando da verdade...
- Que verdade?
- Talvez... temamos... não nos amarmos... ou pior... não sermos amados...

Simeão vê lágrimas nos olhos de Magdalena, a abraça e diz:

- Eu... te amo Lena.
- E se não for verdade?
- É claro que é... agora tenho certeza... e nunca mais quero ser o responsável por suas lágrimas.
- E nem eu... Simeão... quero ser a responsável... por sentir que o forcei a alguma coisa...
- Como assim?
- Acho que você afirma me amar, para ser poupado do incômodo de me ver chorando. Acho melhor... nos afastarmos...
- NÃO LENA! POR FAVOR!
- Eu não posso ficar ao lado de um homem...
- QUE TE AMA COMO EU???????
- Mas... e se eu não o amar?
- Não importa... desde que eu consiga te fazer feliz. Isso sim me importa!
- Simeão... você ficaria comigo... mesmo sem eu te amar?
- Sim Lena. Desde que você seja realmente feliz... – Afirma ele sério, fitando-a nos olhos...
- Eu também te amo Simeão. Muito. Jamais questionarei nossos sentimentos novamente.

E assim, o jovem casal de enamorados... concluiu que a certeza surge quando deve surgir, nem antes, nem depois.




Na vitrola: Andreas Mattsson

Edge of Twilight. - Gentle Giant


The moon is down
Casting its shadow over the night-haunted town
Mystical figures under the silence of light

The trembling air
Drifts slowly unseen over the houses there
And echoes changing into the voices of night

On the edge of twilight whispering
Whisper, whisper, whisper, whisper,
On the edge of twilight whispering
Whisper, whisper, whisper, whisper

Elusive time
In limbo active in never ending mime
The edge of twilight into the darkness of day

----------------------------------------------
Tradução:

A Lua caiu
Fazendo com que as sombras cobrissem a cidade assombrada pela noite.
Imagens mistícas sob o silêncio da luz.

O ar turbulento
Se vai vagarosamente sem ser visto entre as casas.
E os ecos se alteram nas vozes da noite.

No limite do crepúsculo sussurante
Sussura, sussura, sussura, sussura.
No limite do crepúsculo sussurante
Sussura, sussura, sussura, sussura.

Tempo fugitivo
Ativo no limbo sem nunca se assemelhar ao fim.
O limite do crepúsculo na escuridão do dia.


Na vitrola: Vitrola MODE OFF.

Minha vida tá um saco.. tow sem net por tempo indeterminado ... O_o
Aproveitando para ler um monte de livros que estão na fila.

Nada tocando no Ipod.

Cioran.


Lá onde está o perigo, lá também cresce o que salva.

Emil Cioran, em Cioran, a filosofia em chamas, Rossano Pecoraro (EDIPUCRS, pg. 141)

Moonlight Shadow


The last that ever she saw him
Carried away by a moonlight shadow
He passed on worried and warning
Carried away by a moonlight shadow

Lost in a riddle that Saturday night
Far away on the other side
He was caught in the middle of a desperate fight
And she couldn't find how to push through

The trees that whisper in the evening
Carried away by a moonlight shadow
Sing a song of sorrow and grieving
Carried away by a moonlight shadow

All she saw was the silhouette of a gun
Far away on the other side
He was shot six times by a man on the run
And she couldn't find how to push through

I say, I pray
See you in heaven far away
I say, I pray
See you in heaven one day

Four AM in the morning
Carried away by a moonlight shadow
I watched your vision forming
Carried away by a moonlight shadow

Stardust glowing in a silvery night
Far away on the other side
Will you come to talk to me this night
And she couldn't find how to push through

I say, I pray
See you in heaven far away
I say, I pray
See you in heaven one day

Caught in the middle of a hundred and five
Ooh, ooh, ooh
The night was heavy and the air was alive
But she couldn't find how to push through

Carried away by a moonlight shadow
Carried away by a moonlight shadow

Lost in a riddle that Saturday night
Far away on the other side
He was caught in the middle of a desperate fight
And she couldn't find how to push through

Carried away by a moonlight shadow
Carried away by a moonlight shadow



Na vitrola: Annie Haslam - Moonlight Shadow/Seashell Eyes :)

Don't Pass Me By .


These lines have not been borrowed
There's no sense in keeping score
These arms are fragile
But I refuse to close the door
There's a soft melody playing
Moonlight across the floor
Come dance with me darling
Don't ask what for
Please
Please
Please Don't Pass Me By

I'm a fool but I don't follow
What some are living for
I am quiet but not a coward
In the face of what I've never seen before
I'm not here because I got no other
What has been is no more
In your eyes is an ocean
In your eyes is a shore

Please
Please
Please Don't Pass Me By


Don't Pass Me By - Jack Harlan


(Desde ontem tow com essa música na cabeça... Fui dormir pensando nela).

Les nuages.


- De quem gostas mais?, diz lá, estrangeiro.
De teu pai, de tua mãe, de tua irmã ou do teu irmão?
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmãos.
- Dos teus amigos?
- Eis uma palavra cujo sentido sempre ignorei.
- Da tua pátria?
- Não sei onde está situada.
- Da beleza?
- Amá-la-ia de boa vontade se a encontrasse.
- Do ouro?
- Odeio-o tanto quanto vós a Deus.
- Então que amas tu singular estrangeiro?

- Amo as nuvens… as nuvens que passam…
lá, ao longe…as maravilhosas nuvens!

Charles Baudelaire, O Estrangeiro.


Na vitrola: Beto Guedes (meu pai hoje tá naqueles dias). ehehe

- Da fome do Amor.


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Adaptado do poema “Os três mal amados”, João Cabral de Melo Neto, Serial e Antes, (Nova Fronteira, pg. 21)


Na vitrola: Egberto Gismonti - Indi (perfeita essa música).

- In Everwood :D


Acabei de ver uma das cenas mais lindas de Everwood: Hannah e Bright.
Quando ele diz pra ela que alguém verá nela aquilo que ele vê e merecerá o seu amor...

Muito lindooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!

Na vitrola: The Postal Service - Sleeping In.

- Your [♥]

Guarda o teu coração acima de tudo, porque dele provém a vida.

Monique Labrune e Laurent Jaffro. Gradus Philosophicus, Mandarim, pg. 56.

~ * ~



Quem se indaga é incompleto,
Clarice Lispector

Das asas de uma borboleta…

Na Vitrola: King Forever - Vineyard.

- Para ver.


No que concerne à humanidade, nunca saberei decidir se devo considerá-la, como dizia Melville, “um amontoado de cópias”, ou um caleidoscópio sempre novo de prodígios incomparáveis.

G. Bufalino.

Alegria.


Conservo aú en mi una enorme cantidad de alegría que no habré encontrado la manera de gastar.

Dos diários de André Gide, 19 de julho de 1905.

Na vitrola: Animals - Pink Floyd.

Tabacaria. (Fernando Pessoa).


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim…
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

zzzZZZZzzz




É o que eu preciso urgentemente fazer.

Na vitrola: Bill Evans - Autunn Leaves :D

Peripatético.


Caminho todos os dias para alcançar o bem estar diário e assim escapo de todas as doenças. Meus melhores pensamentos vieram durante caminhadas, e eu não conheço nenhum pensamento que seja tão pesado e do qual não possamos nos livrar caminhando. Permaneçamos caminhando, tudo segue.

Soren Kierkegaard


Na Vitrola: Mode OFF.

Fernanda Porto (Bicho do Mato).

Hoje eu tô bicho do mato
Quero ficar só
Meu tempo o tempo todo
Sigo cada passo devagar
Sandália de dedo
Telefone que não toque
Tenho alguma coisa para dizer, mas hoje não
Som que escuto é silêncio bom
Saudade de cada canto da sala
Porta fechada
Mundo de fora trancado aqui dentro
Você não vai entender
Você vai duvidar
Mas é só isso
Hoje eu só quero ficar só
Fone de ouvido na cabeça
Milhões de coisas para pensar
Quarto quadrado, caneta e papel na mesa
Tudo me esperando
Nesse silêncio escuto tudo
Cada virada de página
Vento batendo na janela
Amor de vizinho, escuto tudo
Não sei quanto tempo mais fico por aqui
Não me sinto só, estou bem acompanhada
Espero a hora
Vem me buscar
Vem me lembrar que tudo volta

- Zzzzzzzzzz --'


Imagem enviada pelo Gus agorinha (tadinho tentando me animar de todas as formas)... Hehehehehehe =)

Hoje depois do almoço chorei ao ouvir Shoreline da Anna Ternheim. Ultimamente tem sido bem díficil ouvi-la sem sentir nada ...

Paulo me mandou um bilhete (juro que ainda usamos isso): Vá pra casa dormir, vc precisa...

Oh this town
Kills you when you are young
Oh this town
Kills you when you are young

" Estou vivendo em Shoreline ... "


Na vitrola: Qualquer coisa menos Shoreline e By The River pois elas me fazer ver o quão na fossa eu me encontro.

Coisas pra fazer:


1. Parar de comer compulsivamente.

2. Organizar meus horários de estudo.

3. Tentar organizar um lugar decente pra estudar.

4. Ver séries.

5. Fazer um monte de pesquisas.

6. Parar de me sentir feia e gorda.



Na Vitrola: Phil Collins - Another day in Paradise.

My Foolish Heart.


The night is like a lovely tune
Beware, my foolish heart
How white the ever constant moon
Take care, my foolish heart

There's a line between love and fascination
That's so hard to see on an evening such as this
For they both give the very same sensation
When your lost in the magic of a kiss
Your lips are much too close to mine
Beware, my foolish heart

But should our eager lips combine
Then let the fire start
For this time it isn't fascination
Or a dream that will fade and fall apart
It's love, this time it's love
My foolish heart

There's a line between love and fascination
That's so hard to see on an evening such as this
For they both give the very same sensation
When your lost in the magic of a kiss
Your lips are much too close to mine
Beware, my foolish heart ...

My foolish heart - Bill Evans and Tony Bennet

www.youtube.com/watch?v=a2LFVWBmoiw

Só hiper fã do Bill Evans. É uma paixão antiga e que se renova ano após ano.

Collide.


The dawn is breaking
A light shining through
You're barely waking
And I'm tangled up in you
Yeah

But I'm open, you're closed
Where I follow, you'll go
I worry I won't see your face
Light up again

Even the best fall down sometimes
Even the wrong words seem to rhyme
Out of the doubt that fills my mind
I somehow find, you and I collide

I'm quiet, you know
You make a first impression
I've found I'm scared to know
I'm always on your mind

Even the best fall down sometimes
Even the stars refuse to shine
Out of the back you fall in time
You somehow find, you and I collide

Don't stop here
I've lost my place
I'm close behind

Even the best fall down sometimes
Even the wrong words seem to rhyme
Out of the doubt that fills your mind
You finally find, you and I collide

You finally find
You and I collide
You finally find
You and I collide.

www.youtube.com/watch?v=JTz7rhommHI


#. Tow meia triste hojeee... Acho que é por causa da minha decepcção ao que se chama de "amor".

Chove chuva... chove sem parar... :)


Antes achava que acontecia somente comigo. Olhar pela janela em uma tarde de outono ou inverno e perceber que de certa forma, a chuva nos traz uma saudade. Essa saudade nos torna, melancólicos, e a melancolia, nos remete à nostalgia.
Principalmente da infância, dos desenhos, das xícaras de chocolate quente...
Das histórias que minha mãe contava para eu dormir, dos filmes que meu avô alugava e assistia comigo...

Eu não sei a real razão, mas quando o tempo está assim, me lembro muito de Londres (um sonho que pretendo realizar é conhecer a Bela Londres).
Parece que lá é sempre assim, e que a realidade está atrelada as memórias, histórias, filmes e infância das pessoas. Isso a torna, de certa forma, mágica.

Eu, apesar de ser crescida para acreditar em mágica, acredito. E acredito que não sou a única a sentir tudo isso em uma tarde como essa.

Pequenas palavras, Grandes Significados :D


Chuva.
Frio.
Gilmore Girl.
Faust.
Flaskback Caruso.
Pão de queijo.
Travesseiros.
Cachorrinho querendo te dar umas beijocas.
Jostein Gaarden.
Family Gay.
Fofocar no msn.
Madrugar no msn.
Rever os amigos.
Rainbow.
By The River.
Som da chuva.
Quarto escuro.
Unhas vermelhas.
Sorrisos.
Ver as pessoas apaixonada.
Tentar pensar em alguém.
Presentinho da Buca.
Everwood.
Andreas Mattson
Last. Fm.
Chocolate quente.
Rosquinhas.
Telefone ocupado.
Desejo de querer ver alguém.

- Gotas de Chuva.


Ia eu voltando da faculdade no ônibus, enquanto lá fora chovia torrencialmente... E as gotas de chuva que batiam ferozmente na janela fizeram-me pensar na forma como vivemos a vida... na forma como se define a vida.

Dependendo da velocidade a que o comboio anda, as gotas tinham uma direcção de percurso/rumo diferente...E não é como nós? Como as pessoas fazem o seu rumo? Se andamos mais depressa temos um percurso diferente do que se andarmos mais devagar... perdemos menos tempo com pormenores, fala-se com menos gente, ganha-se menos conhecimento e experiencia de vida, faz-se menos coisas e o rumo será diferente do que se andarmos devagar, pois o tempo gasto com pequenas coisas é menor, vamos parar a um caminho distinto.

Além disso... as gotas de chuva por muito vidro que percorressem iam sempre cruzar-se com um caminho já "construído" por outra gota... E mais uma vez é o que nos acontece a nós...Por muito que andemos vamos sempre cruzar com a vida de alguém... Entramos na vida de um alguém e esse caminho já não fica igual... vai ficar com a nossa marca...



Afinal a vida é simples... é como uma gota de chuva!!


Na vitrola: Ouvindo Compulsivamente Premiata Forneria Marconi. :D

By The River :)

Here we are
Stuck by this river,
You and I
Underneath a sky that's ever falling down, down, down
Ever falling down

Through the day
As if on an ocean
Waiting here,
Always failing to remember why we came, came, came:
I wonder why we came

You talk to me
as if from a distance
And I reply
With impressions chosen from another time, time, time,
From another time ....


http://www.youtube.com/watch?v=w2WURHY3D4A

Ano Novo! Template Novo :)


Esse foi a Cah que fez pra mim.. Pela 1° vez na vida tenho um template personalizado :)

Agora sou chic beinnn!!